quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Xangô - Regente 2014

XANGO ....O ORIXÁ DA JUSTIÇA E DO TROVÃO
É o orixá das pedreiras, das terras áridas e das rochas. Seu elemento é o fogo, dominando também o raio e o trovão. O metal a que pertence é o cobre. Sua ferramenta principal é o Oxé (machado de dois gumes), simbolizando a imparcialidade na hora da justiça. Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável. Este orixá rege as energias mais ativas, mas nunca gratuitamente. Quando provocado, sua energia é de afrontar seus inimigos com severidade, sendo implacável nas lutas contra a injustiça, atividade que exerce com maestria. Se for necessário, a energia Xangô emana-se sobre as feitiçarias a fim de redimir o inimigo. Por ser a energia da justiça, age com imparcialidade, emanando a sua força para resolver as mais difíceis questões, tarefa que ninguém gosta de fazer. Sempre podemos recorrer à energia de Xangô quando nos defrontarmos com questões litigiosas ou problemas jurídicos. Neste orixá encontraremos decisões sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Este é o Orixá que apresenta o bem e o mal. Xangô se expande para todos que necessita, sem se dirigir apenas para um lado e nunca defender os interesses de um mesmo ponto de vista. Numa disputa, a energia de Xangô pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Xangô emana também a energia da neutralidade. Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá. Axé de Xangô são as pedras chamadas “Pedras de Raio”, meteoritos que é a força da natureza. Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô. Xangô também rege o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá (Rei). No dia-a-dia encontramos a energia de Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Xangô é a energia da ideologia, da decisão, da vontade, da iniciativa. É a energia da rigidez, da organização, do trabalho, da discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo. Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.
As folhas de Xangô são aquelas que, assim como o Orixá, carregam a essência do elemento fogo, sendo geralmente de cor escura ou vermelha e urticante. São também chamadas de ervas gún, denominação em yorubá para plantas que promovem agitação.Entre as espécies utilizadas na Casa de São Lázaro, o melhor exemplo deste leque de plantas é a Clidemia hirta (L.), conhecida como folha de Xangô, folha de fogo, pixirica ou, em yorubá, ewé irón. A planta é utilizada como decorativa, sendo as suas folhas utilizadas no amací para Xangô.Lantana camara), sabugueiro (Sambucus australasica), erva tostão (Boerhavia hirsuta Wild), erva de São João (Ageratum conysoides L.), aroeira roxa (Schinus therentifolius), castanheira do Pará (Bombax affinis L.) e urucum (Bixa orellana L.) também são ervas de Xangô.
Além das ervas de banho e amací citadas acima, outras duas merecem destaque no culto a Xangô: o quiabeiro (Hibiscus esculentus) e o dendezeiro (Elaeis guineensis).
Porém, neste caso o destaque não são as folhas, como de costume, e sim o fruto. O quiabo é o principal ingrediente do Amalá, comida ritualística oferecida ao Orixá Rei. Já o dendezeiro, embora seja vinculado ao Orixá Ogum (também tido como Orixá do fogo), fornece o azeite de dendê, ingrediente básico nas oferendas e comidas de Xangô para “esquentar o Orixá”, ativando no filho no santo a energia do elemento fogo.

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