terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Obaluayê


Obaluayê é uma flexão dos termos: Oba (rei) – Oluwô (senhor) – Ayiê (terra), ou seja, “Rei, senhor da Terra”. Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) – Oluwô (senhor), que quer dizer “ Filho e Senhor”. Obaluayê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência  e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados  a mesa força da natureza.

Ele é o Sol, a quentura e o calor do astro rei. É o Senhor das pestes, das moléstias contagiosas, ou não. É o rei da Terra, do interior da Terra, e é o Orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha – da - Costa), porque para os humanos é proibido ver seu rosto, pela deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a este poderosíssimo Orixá.

Obaluayê está no organismo, no funcionamento do organismo. Na dor que sentimos pelo mal funcionamento dos órgãos, ou por uma queda, corte ou queimadura. Está presente em nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele.Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aqueles que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes.

Na UmbandaObaluayê na Umbanda é um Orixá da renovaçao dos espíritos decaídos, resgatador da suas dívidas cármicas, na manifestação de Omulu trabalha como ceifador dos erros, ou seja, é o senhor dos mortos e o regente dos cemitérios considerado o campo santo entre o mundo terrestre material e o mundo astral espiritual, trabalhando com muito amor na guia destes espíritos, tendo como servo exu caveira o guardião dos cemitérios. Obaluayê é o mistério da irradiação que plasma o espirito desencarnado em vias de reencarne, amoldando-o para o útero materno, propiciando assim uma nova via evolutiva. Obaluayê é o senhor das doenças podendo curar uma pessoa de uma doença.Na gíra de caboclos pode ser chamado de "caboclo do fogo" e quando entra nos terreiros da umbanda sua cabeça sempre tem que ser coberta,pois,obaluayê tinha muitas feridas e cobria seu rosto com palha para que ninguem podesse ver as feridas. Diz uma lenda africana que ele estava em uma festa e ninguém queria dançar com ele sabendo de suas feridas até que Iansã veio até ele levantou a palha de seu rosto e com sua ventarola provocou um vento tão forte que as feridas de obaluayê sairam do corpo dele se transformando em pipoca.


Características

Dia: segunda feira
Data: 13 ou 16 de agosto;
Metal: chumbo;
Cor: preto e branco  e ou preto, branco e vermelho;
Partes do corpo: a pele e os pulmões;
Comida: deburú  (pipoca), abadô (amendoim pilado e torrado), Iatipá (folha de mostarda) e ibêrem (bolo de milho envolvido na folha de bananeira);
Arquétipo: sóbrios, reservados, generosidade destacada,  geniosos, independentes, teimosos, tendência ao masoquismo.
Símbolos: xaxará ou íleo (com que limpa as doenças e os males espirituais)


Dança
Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.

Emblema

Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obàluáyê e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó (búzios).

Vestimenta

A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o "Filá" e o "Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. A palha da costa é mais encontrada no norte do Brasil.

Tido como filho de Nanã, no Brasil, sua origem, forma, nome e culto na África é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de nomes é de conformidade com a região, Obàluáyê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território Mahi ao norte do Daomé; Sapata é sua versão fon, trazido pelos nagôs na cidade de Savalu, Benin. Em alguns lugares se misturam, em outros são deuses distintos, confundido até com Nànà Buruku; Omolu em ketu e Abeokuta.

Seu parentesco com Oxumare e Iroko é observado em Ketu (vindo de Aise segundo uns e Adja Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (oko Omolu) cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses três personagens superpostas, também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju, recebera o fetiche Moru, três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan (Oxumare) e seu filho Loko (Iroko).


As principais ervas de Obaluayê e Omolu mais usadas nos Amacis, Banhos de Descarrego, Cruzamento, Remédio, Suco, etc. são: Canela de Velho, Mamona Branca, Pinhão, Carapiá, Arnica, Beladona, Carvalhinha, Fedegoso, Cidreira, Catuaba, Casca de Anta. Alguns desses vegetais são arbustos e árvores pequenas com flores e frutos.
Todo banho de descarga deverá ser feito com ervas verdes e frescas e maceradas na água. É errado ferventar as ervas secas, velhas e murchas para banho de descarga e amaci. Esses banhos devem ser tomados de acordo com as fases da lua. Para abrir os caminhos lua nova; para afastar a doença e curar um doente, quarto minguante; para resolver assunto de relação amorosa, lua cheia; para arrumar emprego e qualquer outro assunto em benefício próprio, quarto crescente da lua.
A quantidade de banhos a ser tomado em geral são sete, começando numa segunda-feira, no horário ímpar, ou iniciando num sábado, obedecendo a um resguardo rigoroso, de bebidas alcoólicas, carnes, principalmente a de porco, pipocas, azeite de dendê, e sexo.

Seus filhos parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem idade avançada. Seus filhos são doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal-humorados. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem exceção. Sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.

Não são pessoas de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas.Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero.Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e diretos. Os descendentes desse orixá são muito independentes e têm a necessidade de crescer com suas próprias forças e recursos.Muitas dessas pessoas, devido à influência do seu orixá, que comanda os eguns, podem ter experiências sobrenaturais, como visões, sonhos, etc.


Sincretismo Religioso
Omolú/Obaluayê é comemorado em 16 de Agosto devido ao sincretismo com São Roque
São Roque é um santo da Igreja Católica, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. Na forma mais velha de Omulú, é sincretizado como São Lázaro. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo protetor de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães.

VERGER, Pierre. Notas sobre o culto aos orixás e voduns. São Paulo: Edusp, 1999.


José Beniste Mitos Yorubás - O outro lado do conhecimento. Editora Bertrand Brasil.

Oração a Obaluayê

Mestre das almas!
Meu corpo está enfermo...
Minha alma está abalada,
Minha alma está imersa na amargura de um sofrimento
Que me destrói lentamente.
Senhor Omolu!
Eu evoco - Obaluayê
Oh! Deus das doenças
Orixá que surge, diante dos meus olhos
Na figura sofredora de Lázaro.
Aquele que teve a graça de um milagre
No gesto do Divino Filho de Jesus.
Oh! Mestre dos mestres
Obaluaê
Teu filho está enfermo...
Teu filho se curva, diante da tua aura luminosa.
Na magia do milagre,
Que virá de tuas mãos santificadas pelo sofrimento...
Socorre-me...
Obaluayê...
Dai-me a esperança da tua ajuda.
Para que me encoraje diante do martírio imenso que me alucina,
Faças com que eu não sofra tanto - Meu Pai
Senhor Omolu!
Tu és dono dos cemitérios,
Tu que és sentinela do sono eterno,
Daqueles que foram seduzidos ao teu reino.
Tu que és guardião das almas. que ainda não se libertou da matéria,
Ouve a minha súplica, atende ao apelo angustioso do teu filho.
Que se debate no maior dos sofrimentos.
Salve-me
Aqui estou diante da tua imagem sofredora,
Erguendo a derradeira prece dos vencidos,
Conformado com o destino que o Pai Supremo determinou.
Para que eu suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos.
Salve minha alma desse tormento que me alucina.
Tome meu corpo em teus braços.
Eleva-me para teu reino.
Se achares porém, que ainda não terminou minha missão neste planeta,
Encoraja-me com exemplo da tua humildade e da tua resignação.
Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e volte a caminhar.
Eu te suplico, mestre!
Eu me ajoelho diante do poder imenso,
De que és portador.
Invoco a vibração do Obaluayê.
A - TÔ - TÔ, Meu Pai.

2013 Ano das Transformações



 "É inegável que o ambiente pior ou melhor é sempre um ensejo oportuno para que se revele a índole psicológica e espiritual do homem, mas a verticalização do espírito há de ser conseguida essencialmente sob a influência magnética do sublime Evangelho do Cristo, e não através da verticalização da Terra ou da melhoria do ambiente físico. Entretanto - como a cada um será dado conforme suas obras - embora o indivíduo não se modifique sob a ação do ambiente exterior, é indiscutível a influência que sobre ele exerce o meio ambiente que vive, criando-lhe certos estados íntimos à parte, eletivos ao Evangelho."
Ramatís - Mensagens do Astral.

         Em 2013 teremos um planeta regente bem curioso, pouco conhecido porém muito estudado. O Planeta Regente de 2013 será Saturno, como consequência o Orixá que rege 2013 é o Orixá Obaluayê.
        O Planeta Saturno é um dos corpos celestes mais incompreendidos na Astrologia, pois representa tudo aquilo que diz respeito à nossa responsabilidade e às nossas obrigações, conosco mesmos e com a sociedade em que vivemos.
         Saturno é temido como se fosse um deus implacável e insensível, podando nossas expectativas e nossas esperanças. É preciso que olhemos para ele como um mestre mais idoso e mais severo, mas também com um componente de sabedoria e ponderação que nenhum outro planeta do panteão astrológico possui.

          Assim é com Obaluayê o orixá da Transformação, o grande alquimista necessário á evolução, regente da Linha dos Pretos-velhos e das Santas Almas.

     Embora, como nos ensinam os Mentores Espirituais, todas as Sete Sagradas Vibrações ajam e sejam necessárias a cada ciclo, ou ano como chamamos, sempre uma Vibração principal e duas auxiliares se sobrepõem á luz da ação magnética dos astros e das necessidades de oportunização evolutiva.
     Obaluayê, como regente do Ano, pede atenção redobrada no nosso processo evolutivo e transformador, pois o magnetismo deste ciclo anual favorece o amadurecimento seja pela compreensão racional e vivencial, seja pela dor e separações. Muito cuidado se deve ter com as propostas ilusórias das emoções em desequilíbrio e dos bens materiais.
      Em seu polo positivo, a vibratória de Obaluayê é consolidador dos projetos e representa o nosso lado mais realizador e empenhado em construir algo de sólido em nossa vida. Ele tem um papel importante também em tudo o que diz respeito à nossa vida profissional, à nossa carreira e ao espaço que ocupamos na sociedade com nossas atividades e nosso trabalho. É o tempo (“cronos”, o nome grego de Saturno). É fator fundamental na maturação de tudo o que esperamos na vida, portanto a paciência e a perseverança também são elementos indispensáveis para podermos extrair o melhor que Obaluayê pode nos oferecer.
     Obaluayê por ser o senhor da transformação mostrará que tudo, na Terra, precisa se transformar, e como consequência nós seres humanos estaremos mais suscetíveis a essas transformações, interiormente pelas nossas emoções em crise, em busca de maturidade e equilíbrio, como externamente, principalmente climáticas e telúricas, na área geológica com terremotos, erupções vulcânicas, tsunamis e temporais. Prevê-se um índice alto de erupções vulcânicas para o segundo bimestre do Ano de 2013.
     Apesar de Obaluayê ser o orixá do Carma e do Desencarne, 2013 será um ano mais passível pois é regido pela Razão enquanto 2012 foi regido por Iemanjá e sua grande Emoção.
     Como Vibratórias auxiliares no desenrolar do progresso do ano de 2013, temos Oxossi, como a força do conhecimento e, portanto, trazendo esclarecimentos e descobertas, nos convidando ao uso da razão na onda vibratória transformadora de Obaluayê; e Ogum, colocando sua espada, espada da Lei, a serviço do poder transformador de Obaluayê.
     Recebamos o ano de 2013 como mais uma oportunidade, mais um ciclo que se abre sob as bênçãos de Jesus, para que conquistemos o nosso ser interior e estabeleçamos o Reino de Deus em nossas vidas. Obaluayê é um convite á maturidade e decisão firme e coerente pelo essencial, Deus e as propostas espirituais de crescimento e evolução, cuja consequência será sempre a Paz e a Alegria - “Eu vos dou a paz, eu vos dou a minha paz, não como o mundo a dá, pois a paz que eu vos dou permanece para sempre.” (Jesus no Evangelho).

A pedra vibratória de Obaluayê é a Turmalina Negra.
A essência Vibratória é o eucalipto ou a Erva Cidreira.
A cor desta Vibratória é o preto e branco ou Roxo.
A saudação é “Atotô” = Silêncio (sinal de respeito à Vibratória Transformadora)

Que Jesus nos abençoe sempre!

Obtido em http://www.triangulodafraternidade.com/2012/12/2013-teremos-um-planeta-regente-bem.html

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

1ª Encontro de Estudos em Umbanda

Prezados amigos, o 1º encontro de estudos em umbanda irá acontecer nesta próxima 4ª feira (14/11/2012) as 19:00, na Rua Xingu, Qd 07, Lt 14, Bairro Estação da Luz em Porto Nacional.
Sejam bem vindos!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nota de Abertura


Companheiros de caminhada,

Esta é uma via de comunicação que se inicia para dar impulso, vocalização e intercambio entre aqueles que pretendem praticar ou já praticam as suas habilidades cármicas em um propósito maior: a evolução em detrimento à caridade.
Somos todos elementos de um mesmo ninho, alguns já com asas, outros meio desnundos e alguns ainda não sairam dos seus ovos. Existem aqueles que se machucaram ao tentar voar e outros que se assustam com a altura da montanha, mas todos estamos para um mesmo destino, ou voamos ou sucumbimos pela fome, pelas feras ou pelas quedas.
A Casa de Umbanda Portuense está se fixando e sem muita pretensão, quer apenas aprender a voar para repassar a experiencia aos demais, a fim de lhes encorajar para que faça o mesmo. Afinal, as nossas habilidades naturais existem, devem portanto, ser descobertas, revigoradas e melhoradas.
Estaremos sempre em grupo, mesmo que distante fisicamente uns dos outros, aliados e confiantes que o conhecimento virá sempre que buscarmos e que o dia de amanhã deverá ser sempre melhor que o de hoje.



Axé.